terça-feira, setembro 30, 2014
CONTRA A BURCA MENTAL, VOTO AÉCIO 45
O GLOBO - 30/09
Já estamos em recessão, apesar de uma inflação bastante elevada. Não obstante,
Dilma ainda é a líder nas pesquisas. Como?
Como ainda ter esperanças no eterno “país do futuro” quando vemos que a
presidente Dilma, depois dos novos escândalos da Petrobras, continua como
favorita na corrida eleitoral? Não só isso: a delação premiada do importante
ex-diretor Paulo Roberto Costa, chamado de “Paulinho” por Lula, não fez um
único arranhão na candidatura da presidente. É um espanto!
Quando estourou o escândalo do mensalão em 2005, muitos acharam que era o fim
de Lula e do PT. Os tucanos julgaram melhor deixá-lo sangrando até as eleições
em vez de partir para um pedido legítimo de impeachment. Lula foi reeleito. A
economia ia bem, graças principalmente ao crescimento chinês.
Em 2010, Lula decidiu iluminar seu “poste”, e Dilma, sem jamais ter vencido uma
eleição na vida, foi alçada diretamente ao posto máximo de nossa política.
Havia vários escândalos de corrupção divulgados pela imprensa, mas nada disso
adiantou. A economia estava “bombando”, no auge da euforia com o Brasil. E,
como sabemos, é a economia que importa, certo?
Mas o que dizer de 2014, então? Os escândalos só aumentaram, a imagem de
“faxineira ética” virou piada de mau gosto, e até a economia mudou o curso,
derrubando o mito de “gerentona eficiente”. Já estamos em recessão, apesar de
uma inflação bastante elevada. Não obstante, Dilma ainda é a líder nas
pesquisas. Como?
É inevitável concluir que o povo brasileiro ou é extremamente alienado, ou não
dá a mínima para a roubalheira. Quem aplaude o atual governo ou não sabe o que
está acontecendo, ou está ganhando dinheiro com o que está acontecendo. O PT
conseguiu banalizar a corrupção. Muitos repetem por aí que todos os partidos
são corruptos mesmo, então tanto faz: ao menos o PT ajudou os mais pobres.
Vivem em Marte?
Esses que adotam tal discurso são coniventes com o butim, são cúmplices dos
infindáveis esquemas de desvio de recursos públicos. Querem apenas preservar
sua parcela na pilhagem. E isso vai desde os mais pobres e ignorantes, que
dependem de esmolas, até os funcionários públicos, os artistas engajados que
mamam nas tetas estatais, os empresários que vivem de subsídios do governo.
Desde que a máfia respingue algum em suas contas bancárias, tudo bem: faz-se
vista grossa aos “malfeitos”. Uma campanha sórdida, de baixo nível, mentirosa
como nunca antes na história deste país se viu, difamando, apelando para um
sensacionalismo grosseiro, nada disso parece incomodar uma grande parcela do
eleitorado. Ao contrário: a tática pérfida surtiu efeito e Dilma subiu,
enquanto Marina Silva caiu. A falsidade compensa.
Vários chegaram a apontar a vantagem de Argentina e Venezuela terem mergulhado
no caos com o bolivarianismo, pois ao menos a desgraça alheia serviria de
alerta aos brasileiros. Afinal, o PT vive elogiando tais regimes e os trata
como companheiros próximos, aliados ideológicos. Ledo engano. Nem mesmo a
tragédia de ambos os países despertou o povo brasileiro de sua sonolência
profunda.
O brasileiro é como aquele urso polar que passa meses hibernando. A ignorância
é uma bênção, dizem, mas só se for para os corruptos populistas. E pensar que
uma turma chegou a se empolgar com as manifestações de junho de 2013, quando o
gigante supostamente havia acordado. Só se for para pedir mais Estado, mais do
veneno que assola nossa nação. O gigante é um bobalhão...
Não pensem que culpo apenas ou principalmente o “povão”, os mais pobres e
ignorantes que, sem dúvida, compõem a maioria do eleitorado petista. Não! Nossa
elite também é culpada. Nossos “formadores de opinião” ajudaram muito a trazer
o Brasil até esse precipício, sempre enaltecendo o metalúrgico de origem
humilde ou a primeira mulher “presidenta”.
Ou então delegando ao Estado a capacidade de solucionar todos os nossos males,
muitos deles criados pelo próprio excesso de intervenção estatal. Temos uma
elite culpada, que adora odiar o capitalismo enquanto usufrui de todas as
benesses que só o capitalismo pode oferecer.
Com uma elite dessas, realmente não precisamos de inimigos externos ou de
desgraças naturais. O que é a ameaça islâmica ou um simples furacão perto do
estrago causado por uma mentalidade tão equivocada assim por parte daqueles que
deveriam liderar a nação? Nossa elite idolatra o fracasso.
Roberto Campos foi certeiro ao constatar que, no Brasil, a burrice tem um
passado glorioso e um futuro promissor. Quer maior prova disso do que todos
esses anos de PT no poder? Mas parece que ainda não foi o suficiente. O
brasileiro quer mais! Quer dar um passo adiante nesse precipício...
CONTRA A BURCA MENTAL, VOTO AÉCIO 45
O ESTADÃO - 30/09
A menos que a presidente Dilma Rousseff saia em disparada nas últimas pesquisas
antes do primeiro turno, esta agora terá sido a eleição em que o candidato com
o maior índice de intenções de voto apresenta a menor vantagem em relação ao
principal adversário.
O instituto Datafolha levantou os dados dos desempenhos dos candidatos de 1994
para cá, comparando as pesquisas feitas a uma semana do dia da primeira
votação. Fernando Henrique Cardoso, há 20 anos, tinha 47% contra 23% de Luiz
Inácio da Silva, mais que o dobro; venceu na primeira rodada por 54% a 27%.
Quatro anos depois, a pesquisa registrava proporção semelhante: 46% a 25%; FH
ganhou no primeiro turno por 53% a 31%. A partir de 2002 as disputas ficariam
mais difíceis e todas seriam decididas no segundo turno. Naquele ano, Lula
aparecia na pesquisa com 45% contra 21% de José Serra, 24 pontos de diferença;
na simulação de segundo turno, a distância era de 22 pontos (57% a 35%). O
resultado, Lula 61% e Serra 38%.
Em 2006, as pesquisas registravam uma redução da vantagem no primeiro turno com
49% para Lula e 31% para Geraldo Alckmin, 18 pontos. A simulação do segundo
apontava a recuperação do petista (54% a 39%, diferença de 15 pontos)
confirmada com folga pelo resultado das urnas, 60% Lula e 38% Alckmin.
Na eleição seguinte, Lula no auge da popularidade, governo com aprovação
altíssima, a candidata Dilma Rousseff aparecia nas pesquisas uma semana antes
da eleição com 46% contra 28% de José Serra; 18 pontos de diferença. Na
simulação da segunda etapa a distância entre os dois era de 13 pontos (52% a
39%). Dilma ganhou por 12:56% a 44%.
As pesquisas desta semana é que vão permitir a conferência precisa da situação
atual comparativamente aos dados acima. Mas, considerando os números mais
recentes a margem é consideravelmente mais estreita: no primeiro turno Dilma
tem vantagem de 13 pontos em relação a Marina (40% a 27%) e no segundo, inéditos
4 (47% a 43%).
A menos que as pesquisas finais que começam a sair hoje mostrem que o Brasil
resolveu cair de amores pela presidente Dilma Rousseff, os números mostram como
nunca foi tão estreita a margem de manobra para o governo do PT.
Está aí em parte explicado o recurso aos ataques ferozes à segunda colocada,
arma em geral evitada por candidatos em situação razoavelmente confortável nas
disputas, dado o alto risco de haver uma espécie de efeito bumerangue. Não
havia outro jeito. Ou a campanha abatia Marina Silva ou entregava de bandeja a
Presidência.
Mesmo com a perda já significativa de pontos da candidata do PSB,
principalmente nos maiores colégios eleitorais, o ambiente no PT está longe de
ser de serenidade e bom humor. No comitê central, em Brasília, a atmosfera está
mais para manifestações de junho que para Copa do Mundo.
Na verdade o clima é tenso em todas as campanhas. O PSB teme o derretimento de
última hora e no campo dos tucanos o inconformismo é com a confirmação da
eliminação precoce pela primeira vez em 20 anos.
De um lado governar com muito menos, de outros fazer oposição com menos ainda.
Corpo mole. Compreende-se que o PSDB tenha investido pesado no Sudeste a fim de
tentar tirar nos maiores colégios eleitorais a diferença da vantagem que o PT
tem o Nordeste. O que não é compreensível é o desempenho de nanico que o
partido apresenta na região.
Em redutos de aliados fortes. No Ceará, onde Tasso Jereissati será eleito, o
senador Aécio Neves tem 7% na última pesquisa do Datafolha. No Rio Grande do
Norte, terra de Agripino Maia, coordenador da campanha, o Ibope registra 11%
para Aécio. Mesmo índice na Paraíba, onde o senador tucano Cássio Cunha Lima
está em primeiro lugar para governador.
Os mesmos 11% o candidato do PSDB tem na Bahia, a despeito de o candidato ao
governo Paulo Souto (DEM), seu aliado, estar cotado para vencer no primeiro
turno.
CONTRA A BURCA MENTAL, VOTO AÉCIO 45
O GLOBO - 30/09
Dilma propôs lei contra caixa 2 — o que existe há 28 anos —, na semana em que
caciques do PT foram acusados de pedir dinheiro para campanha aos operadores de
maracutaias petroleiras
Quarta-feira passada em Nova York, a presidente da República usou a Assembleia
Geral da ONU para exaltar, entre outras coisas, o “combate à corrupção, lavagem
de dinheiro e outros crimes financeiros” no seu governo.
Nos dias seguintes, a candidata Dilma Rousseff propagou a mais nova promessa do
seu sigiloso programa de governo: um “pacote” de medidas anticorrupção, com lei
específica “para transformar em crime a prática de caixa 2”. No domingo repetiu a oferta,
inscrita num caderno a que recorreu durante todo o debate na Rede Record.
Eleição tem dessas coisas. Candidatos desafiam a imaginação dos eleitores com
todo tipo de promessa — de pontes onde não existem rios até ferrovias sem
trens. Em maio, por exemplo, Dilma inaugurou trecho da Transnordestina, cujos
trilhos continuam sem tráfego ferroviário. A linha havia sido inaugurada duas
vezes por Lula na campanha para eleger Dilma em 2010.
Desta vez, a presidente-candidata inovou. Ao prometer “transformar em crime a
prática de caixa 2”,
anunciou a intenção de fazer algo que existe há mais de 28 anos.
Está na lei 7.492, entre as definições de crimes contra o sistema financeiro
nacional. Em 23 palavras o artigo 11 sentencia de forma cristalina sobre
recursos financeiros “não contabilizados”, o popular caixa 2: “Manter ou
movimentar recurso ou valor paralelamente à contabilidade exigida pela
legislação: Pena — Reclusão, de 1 (um) a 5 (cinco) anos, e multa.”
O texto pode ser consultado na página da Casa Civil da Presidência
(http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/l7492.htm). Se Dilma quiser, pode
telefonar ao ex-presidente José Sarney, que sancionou a lei na segunda-feira 16
de junho de 1986. Caso persista na dúvida, deveria resgatar o voto da ministra
Cármen Lúcia na sessão de terça-feira 9 de outubro de 2012 do Supremo Tribunal
Federal.
Ela julgava caciques do Partido dos Trabalhadores acusados no mensalão. A
defesa do tesoureiro do PT Delúbio Soares alegou que o dinheiro era “caixa 2,
de campanha”. A ministra, que na época também presidia o Tribunal Superior
Eleitoral, respondeu incisiva: “Me causou especial atenção a circunstância de
que a defesa, quer na defesa escrita, quer na apresentação na tribuna desta
Casa, afirmou o ilícito. E que o dinheiro arrecadado não tinha sido comprovado
(...) Acho estranho e muito, muito grave, que alguém diga, ‘houve caixa 2’. Caixa 2 é crime! É agressão
contra sociedade brasileira!”
O desfecho do caso é conhecido. Não se conhecem as razões pelas quais Dilma
decidiu reintroduzir o mensalão e a puída tese do caixa 2 na reta final do
primeiro turno.
Pode ter sido ato impensado no calor da peleja por uma nobre causa —
autopreservação. Afinal, há 28 semanas seguidas seu governo vive sobressaltado por
revelações sobre traficâncias na Petrobras, estatal que ela tentou controlar
nos últimos 12 anos.
Ainda assim, é difícil compreender a essência da evocação do crime de caixa 2.
Sobretudo, pela ocasião: Dilma se propôs a fazer uma lei que existe há mais de
28 anos na mesma semana em que caciques do PT foram acusados de pedir dinheiro
para sua campanha presidencial (2010) aos operadores de maracutaias
petroleiras.
Só pode ser mera coincidência.
CONTRA A BURCA MENTAL, VOTO AÉCIO 45
FOLHA DE SP - 30/09
BRASÍLIA - A campanha do PSDB anda animada com os ventos de última hora em
grandes redutos eleitorais, mas Aécio Neves está num mato sem cachorro. Se
correr, o bicho pode pegar; se ficar, o bicho pode comer.
A boa notícia para o tucano no Datafolha é que ele cresceu seis pontos em São
Paulo, por exemplo, e no geral está só nove pontos atrás de Marina Silva, a
segunda colocada. A má notícia é que faltam poucos dias e o grande risco de
Aécio, ao bater em Marina, é favorecer Dilma, não ele próprio.
A única chance de Aécio chegar ao segundo turno é atacar as fragilidades de
Marina. Mas, se ele não calibrar bem os ataques, pode obter o efeito inverso ao
que gostaria: a vitória de Dilma já no primeiro turno.
Depende de uma combinação de dados: o quanto Marina cair e o quanto ele subir.
Aécio precisa bater, mas não pode bater muito. Tem de ser o suficiente para
enfraquecer Marina e herdar os seus votos, não a ponto de enfraquecê-la demais
e transferir pontos diretos dela para Dilma.
Uma operação delicada, ainda mais se Dilma tem todas as condições e vantagens.
Quanto mais brotam notícias ruins da economia e quanto mais se sabe que ela não
cumpriu as promessas de 2010, mais ela cresce. O que se discute não é o
crescimento pífio, as contas públicas, o desequilíbrio externo. É se Marina é a
candidata dos banqueiros. Raia o ridículo.
Isso comprova que as versões e o marketing valem mais do que os fatos e a
realidade. São eles que determinam os rumos das eleições. E, além de todos os
seus trunfos objetivos, Dilma conta com a oposição dividida, competindo entre
si, atarantada, para fazer o jogo dela.
Aécio precisa medir adequadamente os ataques no primeiro turno. E PSDB, PSB,
Rede, DEM e PPS não podem explodir pontes para uma rearticulação de forças no
segundo. Senão, ficará cada vez mais difícil enfrentar o rolo compressor do
governo e do PT. Apesar de tudo e de todo o grande desgaste, aparentemente
irreversível, do partido.
CONTRA A BURCA MENTAL, VOTO AÉCIO 45
O ESTADÃO - 30/09
O que acontecerá com o Brasil se a Dilma for eleita?
Aqui vai a lista:
A catástrofe anunciada vai chegar pelo desejo teimoso de governar um país
capitalista com métodos "socialistas". Os "meios" errados
nos levarão a "fins" errados. Como não haverá outra
"reeleição", o PT no governo vai adotar medidas bolivarianas
tropicais, na "linha justa" da Venezuela, Argentina e outros.
Dilma já diz que vai controlar a mídia, economicamente, como faz a Cristina na
Argentina. Quando o programa do PT diz: "Combater o monopólio dos meios
eletrônicos de informação, cultura e entretenimento", leia-se, como um
velho petista deixou escapar: "Eliminar o esterco da cultura internacional
e a 'irresponsabilidade' da mídia conservadora". Poderão, enfim, pôr em
prática a velha frase de Stalin: "As ideias são mais poderosas do que as
armas. Nós não permitimos que nossos inimigos tenham armas, porque deveríamos
permitir que tenham ideias?".
As agências reguladoras serão mais esvaziadas do que já foram, para o governo
PT ter mais controle sobre a vida do País. Também para "controlar",
serão criados os "conselhos" de consulta direta à população, disfarce
de "sovietes" como na Rússia de Stalin.
O inútil Mercosul continuará dominado pela ideologia bolivariana e
"cristiniana". Continuaremos a evitar acordos bilaterais, a não ser com
países irrelevantes (do "terceiro mundo") como tarefa para o
emasculado Itamaraty, hoje controlado pelo assessor internacional de Dilma,
Marco Aurélio Garcia. Ou seja, continuaremos a ser um "anão
diplomático" irrelevante, como muito acertadamente nos apelidou o
Ministério do Exterior de Israel.
Continuaremos a "defender" o Estado Islâmico e outros terroristas do
"terceiro mundo", porque afinal eles são contra os Estados Unidos,
"inimigo principal" dos bolcheviques que amavam o Bush e tratam o
grande Obama como um "neguinho pernóstico".
Os governos estaduais de oposição serão boicotados sistematicamente, receberão
poucas verbas, como aconteceu em S. Paulo.
Junto ao "patrimonialismo de Estado", os velhos caciques do
"patrimonialismo privado" ficarão babando de felicidade, como Sarney,
Renan "et caterva" voltarão de mãos dadas com Dilma e sua turminha de
brizolistas e bolcheviques.
Os gastos públicos jamais serão cortados, e aumentarão muito, como já formulou
a presidenta.
O Banco Central vai virar um tamborete usado pela Dilma, como ela também já
declarou: "Como deixar independente o BC?".
A Inflação vai continuar crescendo, pois eles não ligam para a "inflação
neoliberal".
Quanto aos crimes de corrupção e até a morte de Celso Daniel serão ignorados, pois,
como afirma o PT, são "meias-verdades e mentiras, sobre supostos crimes
sem comprovação...".
Em vez de necessárias privatizações ou "concessões", a tendência é de
reestatização do que puderem. A sociedade e os empresários que constroem o País
continuarão a ser olhados como suspeitos.
Manipularão as contas públicas com o descaro de "revolucionários" -
em 2015, as contas vão explodir. Mas ela vai nomear outro
"pau-mandado" como o Mantega. Aguardem.
Nenhuma reforma será feita no Estado infestado de petistas, que criarão normas
e macetes para continuar nas boquinhas para sempre.
A reforma da Previdência não existirá, pois, segundo o PT, "ela não é
necessária, pois exageram muito sobre sua crise", não havendo nenhum
"rombo" no orçamento. Só de 52 bilhões.
A Lei de Responsabilidade Fiscal será desmoralizada por medidas atenuantes -
prefeitos e governadores têm direito de gastar mais do que arrecadam, porque a
corrupção não pode ficar à mercê de regras da época "neoliberal". Da
reforma política e tributária ninguém cogita.
Nossa maior doença - o Estado canceroso - será ignorada e terá uma recaída
talvez fatal; mas, se voltar a inflação, tudo bem, pois, segundo eles, isso não
é um grande problema na política de "desenvolvimento".
Certas leis "chatas" serão ignoradas, como a lei que proíbe reforma
agrária em terras invadidas ilegalmente, que já foi esquecida de propósito.
Aliás, a evidente tolerância com os ataques do MST (o Stedile já declarou que
se Dilma não vencer, "vamos fazer uma guerra") mostra que, além de
financiá-los, este governo quer mantê-los unidos e fiéis, como uma espécie de
"guarda pretoriana", como a guarda revolucionária dos
"aiatolás" do Irã.
A arrogância e cobiça do PT aumentarão. As 30 mil boquinhas de
"militantes" dentro do Estado vão crescer, pois consideram a vitória
uma "tomada de poder". Se Dilma for eleita, teremos um governo de
vingança contra a oposição, que ousou contestá-la. Haverá o triunfo
"existencial" dos comunas livres para agir e, como eles não sabem
fazer nada, tudo farão para avacalhar o sistema capitalista no País, em nome de
uma revolução imaginária. As bestas ficarão inteligentes, os incompetentes
ficarão mais autoconfiantes na fabricação de desastres. Os corruptos da
Petrobrás, do próprio TCU, das inúmeras ONGs falsas vão comemorar. Ninguém será
punido - Joaquim Barbosa foi uma nuvem passageira.
Nesta eleição, não se trata apenas de substituir um nome por outro. Não é Fla x
Flu. Não. O grave é que tramam uma mutação dentro do Estado democrático. Para
isso, topam tudo: calúnias, números mentirosos, alianças com a direita mais
maléfica.
E, claro, eles têm seus exércitos de eleitores: os homens e as mulheres pobres
do País que não puderam estudar, que não leem jornais, que não sabem nada.
Parafraseando alguém (Stalin ou Hitler?) - "que sorte para os ditadores
(ou populistas) que os homens não pensem".
Toda sua propaganda até agora se acomodou à compreensão dos menos inteligentes:
"Quanto maior a mentira, maior é a chance de ela ser acreditada" -
esta é do velho nazista.
O programa do PT é um plano de guerra. Essa gente não larga o osso. Eles odeiam
a democracia e se consideram os "sujeitos", os agentes heroicos da
História. Nós somos, como eles falam, a "massa atrasada".
É isso aí. Tenho vontade de registrar este texto em cartório, para depois
mostrar aos eleitores da Dilma. Se ela for eleita.
CONTRA A BURCA MENTAL, VOTO AÉCIO 45
FOLHA DE SP - 30/09
Para a maioria, a escolha do deputado equivale à emissão de um cheque em branco
em nome de um favorecido sobre o qual se sabe muito pouco
As eleições para a Presidência, para os governos estaduais e para o Senado
atraem muito mais o interesse geral do que as eleições proporcionais (para a
Câmara Federal e as assembleias estaduais).
Passa despercebido como as eleições para deputado estadual e federal afetam as
percepções do eleitor sobre os partidos, o sistema político e a política em
geral. Tampouco se dá a devida atenção à relevância dessas eleições para a
seleção das lideranças políticas.
Nelas estão engajados nada menos que 21 mil candidatos em todo o país,
mobilizando mais de R$ 2 bilhões, aproximadamente 40% do total de gastos
eleitorais nesta campanha. A julgar pelo passado, futuros governadores de
Estado e mesmo presidentes da República estão em meio a esse grande contingente
de candidatos (dos governadores eleitos em 2010, 80% passaram pela Câmara
Federal e/ou pela assembleia legislativa de seu Estado).
Em boa medida, o desprestígio crescente da política no Brasil pode ser
explicado pelas relações que se estabelecem (ou não se estabelecem) entre
representados e representantes durante e a partir das eleições a deputado.
Qualquer relação de representação requer, como ponto de partida, que o eleitor
tenha condições minimamente razoáveis para informar-se sobre os candidatos. Sem
isso, como escolher o representante e depois avaliá-lo no desempenho do seu
mandato?
Falhas na engrenagem da representação se verificam em todos os sistemas
eleitorais, mas, no Brasil, elas são particularmente graves, em especial nas
eleições proporcionais.
Tome-se o exemplo de São Paulo, onde 1.318 candidatos concorrem à Câmara
Federal e 1.879 à Assembleia Legislativa. Somados, temos quase 3.200 indivíduos
correndo atrás do voto dos eleitores por todo o Estado, numa disputa de todos
contra todos. Chegamos a esse ponto pela proliferação de partidos, hoje em
número de 32, no quadro de um sistema eleitoral que favorece campanhas individuais.
Daí resulta a virtual impossibilidade de se estabelecer uma comunicação
significativa entre eleitores e candidatos. Basta assistir ao horário
eleitoral: um desfile patético de nomes e números esvaziados de qualquer
conteúdo político.
É claro que a política e a sociedade encontram outras formas de se conectar
(por meio de corporações profissionais, igrejas, sindicatos, lideranças locais,
pela internet etc.). Mas para a grande maioria do eleitorado o processo de
escolha equivale à emissão de um cheque em branco para um favorecido sobre o
qual se sabe muito pouco. Mesmo o nome do escolhido some da memória poucos
meses após a eleição.
Além de ruim, o sistema é caro. Sem ganho para o público, o gasto privado com
campanhas eleitorais disparou nos últimos anos (aumento de quase 500% nas
eleições para deputados federais de 2002 a 2010).
O estudo "Gastos em Campanhas Eleitorais no Brasil", elaborado por
Ana Luiza Backes e Luiz Cláudio Pires dos Santos, da consultoria legislativa da
Câmara, mostra que há uma alta correlação entre volume de gastos e sucesso
eleitoral (mais de 70% dos deputados federais eleitos de 2010 estavam entre os
de campanha mais cara em seus estados).
Assim, é óbvio que seus vínculos preferenciais de representação tendam a ser
com doadores de recursos financeiros (empresas) e fornecedores de votos no
atacado (igrejas, sindicatos, prefeituras etc.). Não é à toa que o eleitor se
sente à margem desse processo.
Ao enfrentar a reforma política, o Congresso precisa encarar essas graves
falhas, sob pena de hipotecar o futuro da instituição parlamentar,
indispensável à democracia.
CONTRA A BURCA MENTAL, VOTO AÉCIO 45
O GLOBO - 30/09
A disputa pelo voto antipetista é o que opõe nesta
reta final a candidatura de Aécio Neves, do PSDB, à de Marina Silva, do PSB. O
raciocínio que prevalece hoje no PSDB é francamente contrário a um acordo
formal com Marina num eventual segundo turno. À medida que cresce a percepção
entre os assessores de Aécio Neves de que é possível ir ao segundo turno
passando por cima de Marina, o que tem que necessariamente ser confirmado pelas
pesquisas Ibope e Datafolha que serão divulgadas hoje, aumenta também a visão
crítica sobre a relação entre os dois partidos.
Afinal, raciocinam, não é justo cobrar do
PSDB uma frente de oposição no primeiro turno para apoiar uma candidata que não
apoiou o PSDB no segundo turno na eleição passada. Além do mais, Marina não
teria feito nenhum sinal até o momento para uma aproximação, e Walter Feldman,
que supostamente será o articulador político de um futuro governo, diz que o
PSDB tende a acabar.
Há uma espécie de orgulho na campanha tu-cana
pelo "mérito", não "culpa", de terem feito um estrago na
candidatura de Marina, revelando sua raiz petista - que, nessa visão da
campanha de Aécio, não representaria uma mudança verdadeira de cenário.
O resultado prático na contabilidade dos
tucanos foi inviabilizar o voto útil em Marina no primeiro turno. Por que votar
útil por Marina se ela já está perdendo no segundo turno para Dil-ma e dá
mostras de fraqueza? Marina já deixou de ser "uma causa", virou uma
candidata, o que seria meio caminho para ser superada nesta reta final.
Boa parte do voto antipetista ainda está com
Marina em São Paulo e Minas, e o esforço do primeiro turno é recuperá-lo para
chegar nos últimos dias em empate técnico com a candidata do PSB. Nas
simulações de segundo turno, já ganham de 70% a 80% dos votos de Marina, dizem
os analistas da campanha tu cana.
A campanha em Minas tem um subproduto especial,
a tentativa de reverter o quadro em que o petista Fernando Pimentel supera o
tucano Pimenta da Veiga. O objetivo inicial é impedir que, lá, a eleição
termine no primeiro turno. Se Aécio Neves conseguir reverter a questão nacional
indo para o segundo turno contra Dilma, a disputa em Minas ganhará uma dimensão
distinta.
Caso apenas em Minas seja possível evitar a
derrota no primeiro turno, o grupo político de Aécio Neves se dedicará
integralmente à campanha estadual, para garantir seu reduto eleitoral. Hoje, o
candidato petista tem, segundo o Datafolha,
51% dos votos válidos, o que o coloca no
limite da vitória no primeiro turno.
Há, porém, histórias famosas em Minas sobre
reviravoltas em eleição, a mais recente delas com Hélio Costa em 1994, quando
terminou o primeiro turno à frente, com 49% dos votos, e perdeu no segundo
turno para Eduardo Azeredo. Na eleição anterior, Costa já havia perdido para
Hélio Garcia por 1% dos votos no 2? turno.
Superar Dilma e Marina em São Paulo e em
Minas seria o primeiro passo para uma recuperação nacional, que viria em
conseqüência. Num segundo turno, a tentativa será fazer a maior diferença
possível nos dois estados, conforme o planejamento inicial, para reduzir a
diferença no Norte e no Nordeste. O problema é que, em ambos os estados, a
presidente Dilma está tendo uma performance muito boa, e a recíproca não é
verdadeira para Aécio no Norte e no Nordeste do país.
As pesquisas divulgadas ontem, da CNT/MDA e
do Vox Populi, mostram a presidente Dilma com 40% dos votos, a mesma pontuação
que a pesquisa anterior do Datafolha, mas diferem em relação a Marina. Na
CNT/MDA, a candidata do PSB caiu 2 pontos, e Aécio subiu os mesmo dois, o que
representaria as curvas ascendente do tucano e descendente de Marina. Já o Vox
Populi mostra Marina subindo dois pontos e Aécio subindo um, o que demonstraria
que dificilmente o tucano teria condições de superar Marina até o próximo
domingo.
CONTRA A BURCA MENTAL, VOTO AÉCIO 45
O ESTADO DE S.PAULO - 30/09
O vexame que a presidente Dilma Rousseff fez o País passar perante uma
audiência mundial, ao utilizar a tribuna da ONU para fazer campanha eleitoral,
não resultou apenas de reles cálculo marqueteiro. É a consequência natural de
uma visão distorcida do que vem a ser o interesse nacional, deliberadamente
confundido com o interesse do partido ao qual Dilma pertence. Logo, ao defender
na ONU as supostas realizações da era lulopetista, como se elas qualificassem o
Brasil no cenário internacional, Dilma sacramentou a diplomacia partidária que
vem carcomendo a credibilidade brasileira. Essa crença de que a política
externa do País não pode ser "apenas uma política de Estado" foi
reafirmada pela presidente, com essas exatas palavras, em entrevista à revista
Política Externa, a propósito de seus planos para as relações exteriores, caso
seja reeleita.
Na conversa, Dilma afirmou que "aprisionar a política externa em um só
modelo" - isto é, a diplomacia de Estado, e não de partido - "denota
uma atitude conservadora por parte dos que não querem mudar nada". Para
ela, as estratégias diplomáticas são, "antes de tudo", uma
"escolha da sociedade, que se faz periodicamente por meio de
eleições". Com isso, a presidente reafirma, com a maior clareza possível,
que a política externa legítima é aquela ditada pelo partido vencedor das
eleições - e os que a isso se opõem são desde logo "conservadores"
que "não querem mudar nada".
É evidente que o partido legitimado pelas urnas pode e deve implementar seu
programa nos diversos aspectos da administração pública, aí incluída a atuação
internacional. No entanto, isso é muito diferente de obrigar a diplomacia
brasileira a atuar como braço do PT, alinhando o Brasil a países párias e a
ditaduras, somente porque estes compartilham da ideologia companheira, e
amarrando o País a compromissos que o impedem de fazer acordos comerciais que o
tornariam mais competitivo no mercado internacional. A julgar pelo entusiasmo
com que Dilma defendeu esse modelo na entrevista, no entanto, pode-se esperar
que ele seja até mesmo aprofundado no eventual segundo mandato.
Indiferente à realidade, em autêntico estado de negação, Dilma disse que as
"novas prioridades da política externa brasileira produziram resultados
extraordinários" - orgulhando-se do desastroso desempenho comercial de seu
mandato, que recentemente obrigou o governo a incluir a exportação fictícia de
plataformas de petróleo para ajudar a conta a fechar no azul. Na construção da
triunfante narrativa petista, Dilma diz que essa performance
"extraordinária" não se deve apenas à demanda internacional por
commodities, "mas fundamentalmente porque o Brasil, com sua nova política
externa, adaptou-se bem às profundas mudanças que ocorreram, e ainda ocorrem,
na geoeconomia e na geopolítica mundiais".
Tal "adaptação" resumiu-se ao aprofundamento das chamadas relações
"Sul-Sul" - política que justifica a prioridade dada a parceiros que
ou têm pouca relevância ou demonstram escasso apreço à democracia. Essa
estratégia representou ganhos pífios para o Brasil, mas alimentou o discurso
petista contra os países ricos. Assim, para Dilma, o "resultado mais
expressivo" dessa diplomacia foi o "claro e substancial aumento do
nosso protagonismo mundial".
A despeito dessa megalomania companheira, no entanto, Dilma dá pouca ou nenhuma
importância para a diplomacia formal, e o maior exemplo disso é o contínuo
sucateamento do Itamaraty. São abundantes as reclamações de diplomatas a
respeito das restrições orçamentárias - causadas em parte pelo fracasso da
estabanada política de multiplicação de representações diplomáticas promovida
pelo governo Lula.
Além disso, enquanto reivindica para o Brasil um lugar entre os protagonistas
globais, Dilma descuida dos rituais mais elementares das relações
internacionais. Só isso explica o chá de cadeira que a presidente está dando a
28 embaixadores estrangeiros que estão há meses esperando que ela os receba
para lhe apresentar suas credenciais, formalidade necessária para que eles
sejam reconhecidos oficialmente como representantes de seus países.
CONTRA A BURCA MENTAL, VOTO AÉCIO 45
FOLHA DE SP - 30/09
Governo Dilma insiste em lidar com as contas públicas por meio de truques
contábeis e previsões orçamentárias irrealistas
Têm sido recorrentes os exemplos de má gestão no governo Dilma Rousseff (PT),
pródigo em truques de contabilidade para fechar as contas públicas e irrealista
em excesso nas previsões que faz para elaborar o Orçamento.
Tomem-se as receitas. Com o arrefecimento da atividade econômica, a arrecadação
estagnou, ficando longe, em 2014, do crescimento superestimado pelo Planalto.
Em 2015, tudo leva a crer que o cenário pífio se repita, mas o governo, ao
montar suas planilhas, mais uma vez supõe um aumento.
Ao ignorar princípios de prudência que deveriam pautar seus cálculos, a atual
administração não se limita a inspirar descrédito, com suas consequências
deletérias para o custo da dívida pública. A atitude temerária também estimula
a própria máquina a inventar manobras contábeis com o fim de disfarçar a
insuficiência de recursos.
No episódio mais recente, a gestão Dilma cortou quase pela metade (de R$ 18,9
bilhões para R$ 10,1 bilhões) a programação de gastos para 2015 com o abono
salarial do PIS/Pasep --benefício pago a cerca de 20 milhões de trabalhadores
com carteira assinada que receberam, em média, até dois salários mínimos
mensais no ano anterior.
Iniciativas dessa natureza ainda têm algo de espantoso, pois nem ludibriam
observadores da economia nem livram o país de sofrer os efeitos reais, e
negativos, dessa gestão imprudente.
O governo da presidente Dilma Rousseff mesmo assim recorre sem cessar a
parcelamentos de dívidas tributárias, com a intenção de compensar, com receitas
atípicas e incertas, os rombos deixados pela falta de entradas regulares.
Cria despesas que não são discutidas no Orçamento, como as injeções de dinheiro
no BNDES, financiadas por aumento de dívida pública. Tais empréstimos ao banco
estatal, aliás, foram renegociados com base em prazos e juros ainda mais
subsidiados --trata-se, portanto, de maquiagem das dificuldades presentes à custa
do futuro.
Recorreu-se até à prática perigosíssima de atrasar repasses à Caixa Econômica
Federal de fundos destinados ao pagamento de benefícios sociais. Assim, o banco
federal paga, com recursos próprios, os compromissos do Tesouro e espera
receber o repasse devido.
Em suma, esta administração desmoraliza as instituições desenvolvidas penosa e
lentamente com o objetivo republicano de tornar transparentes as contas
públicas e colocá-las sob controle, sujeitas ao escrutínio público.
Como se já não fosse em si bastante, contribui com isso para a deterioração
objetiva da economia e para o aumento da incerteza a respeito do futuro do
país.
“Ela
(Marina) é bem intencionada, mas cheia de contradições”
Aécio Neves (PSDB) mirando em Marina Silva (PSB) para tentar chegar no 2º turno
DOLEIRO DA ‘LAVA JATO’ RECUSA DELAÇÃO PREMIADA
O doleiro Carlos Habib Chater, um dos personagens da Operação Lava Jato, preso
há seis meses pela Polícia Federal, decidiu não fazer delação premiada. “Podem
me condenar a 200 anos de cadeia, mas não faço isso”, segundo amigos próximos.
O Ministério Público Federal (MPF) pediu sua condenação a 12 anos e 1 mês de
prisão por evasão de divisas e por “lavar” dinheiro para o traficante Renê
Pereira.
CANA DURA
Chater confirmou à Justiça que “lavou” US$ 124 mil para o traficante René
Pereira, cuja pena solicitada pelo MPF é de 28 anos e 9 meses.
CONEXÕES
O preso Carlos Habib Chater responde a outro processo penal na Lava Jato, por
suas conexões com o megadoleiro Alberto Youssef.
MAIS UM
Outro preso na Lava Jato, André Catão, ligado a Chater, responde por evasão e
lavagem de dinheiro. O MPF pediu 9 anos e meio para ele.
DELAÇÃO TOTAL
Alberto Youssef, ao contrário, optou pela “delação total” de políticos e
comparsas, como Chater, que estavam no Petrolão e outros esquemas.
PP DEIXA EXPULSÃO DE ‘TERRORISTA’ PARA DEPOIS
Somente após as eleições, a direção nacional do Partido Progressista (PP) vai
se mexer para expulsar o suplente de vereador Jac Souza Santos, que ontem
sequestrou um funcionário do Hotel St. Peter, em Brasília. A alegação de um
dirigente do PP é que o presidente nacional, senador Ciro Nogueira (PI), “está
muito ocupado” com a campanha. Jac, que se assina “Jack”, tentou ser vereador
em Combinado (TO).
MALUQUICES
Jac exigiu a saída de Dilma e a deportação do terrorista de verdade Cesare
Battisti, homicida italiano protegido pelo ex-presidente Lula.
NA RUA, EM BREVE
O sequestrador Jac Souza Santos deverá ser beneficiado pela lei que protege
sociopatas e os solta, como o assassino do cartunista Glauco.
JOAQUIM, 60
Joaquim Barbosa chega aos 60 anos no próximo dia 7. Se estivesse na ativa,
teria direito a mais dez anos no Supremo Tribunal Federal.
GOLPE NA JUSTIÇA
A Justiça do Trabalho está sendo usada para um golpe sujo, no DF: o reclamante
informa endereço errado da ex-empresa, e o processo corre à revelia. Só na fase
de execução ele informa o endereço certo, para notificar o empregador
desavisado e tomar dinheiro do otário.
PIBINHO SEM-VERGONHA
O futuro desempregado Guido Mantega se apressou em dizer que a estimativa do
Banco Central de crescimento de 0,7% da economia “é só uma projeção”, e que a
da Fazenda é de 0,9%. Grande coisa!
TIRO NO PÉ
Após duas semanas de intenso tiroteio, o candidato a governador de Minas,
Pimenta da Veiga (PSDB), acumula 10 pontos a mais que o rival Fernando Pimentel
(PT), mas em rejeição. Bater, às vezes, é tiro no pé.
MICHEL COM DIRCEU
Deputados do PMDB-PR estão indignados com o vice Michel Temer, que gravou
mensagem de apoio à reeleição do petista Zeca Dirceu, filho do ex-ministro José
Dirceu, preso no processo do mensalão.
MÃO AMIGA
O PT não tem do que reclamar da afiliada da Globo no Ceará. O TRE proibiu a
veiculação de comerciais do petista Camilo Santana, no sábado, mas a ordem foi
ignorada: sete inserções foram exibidas.
PT-PE RACHADO
O PT-PE chega rachado às eleições. A facção PTLM (Lutas e Massas), rompeu com
João Paulo, candidato ao Senado, para apoiar Fernando Bezerra Coelho (PSB).
Também apoia o socialista Paulo Câmara para o governo, até porque petista não
vota no usineiro Armando Monteiro.
E AGORA?
Políticos potiguares foram pegos de surpresa com a delação premiada do lobista
George Olímpio, antecipada nesta coluna. O início das formalidades com o
Ministério Público se deu na semana passada.
A CONTA É NOSSA
Dilma Rousseff (PT) não quis encarar 28 km de carro para gravar um vídeo nas
cercanias de Brasília. Usou helicóptero presidencial nos primeiros 10km e só
depois seguiu de carro. Curtos 18
km.
VAI QUE É TUA!
...após criticar o combate ao “Estado Islâmico”, Dilma corre o risco de ser
convocada pela ONU a liderar uma tentativa de negociação com os terroristas que
cortam cabeças.
PODER SEM PUDOR
O DE OSÉAS
O falecido deputado Oséas Cardoso foi um dos maiores líderes da História de
Alagoas. Temido e respeitado, foi reconduzido inúmeras vezes à Câmara dos
Deputados. Depois, fixou residência em Brasília.
Ele nunca esqueceu o dia em que compareceu a um comício em Arapiraca, no
Agreste alagoano. Foi apresentado assim, pelo líder local:
- Este, todos já conhecem. Suas iniciais falam por ele: "O" de
honestidade e "C" de sinceridade. Com a palavra, o dr. Oséas Cardoso!
domingo,
setembro 28, 2014
CONTRA A QUADRILHA PETISTA, EU VOTO AÉCIO 45
FOLHA DE SP - 28/09
Eles sabem que estão mentindo e, sem qualquer respeito próprio, repetem a
mentira por décadas
Tenho com frequência criticado o governo do PT, particularmente o que Lula fez,
faz e o que afirma, bem como o desempenho da presidente Dilma, seja como
governante, seja agora como candidata à reeleição.
Esclareço que não o faço movido por impulso emocional e, sim, na medida do
possível, a partir de uma avaliação objetiva.
Por isso mesmo, não posso evitar de comentar a maneira como conduzem a campanha
eleitoral à Presidência da República. Se é verdade que os candidatos petistas
nunca se caracterizaram por um comportamento aceitável nas campanhas
eleitorais, tenho de admitir que, na campanha atual, a falta de escrúpulos
ultrapassou os limites.
Lembro-me, como tanta gente lembrará também, da falta de compromisso com a
verdade que tem caracterizado as campanhas eleitorais do PT, particularmente
para a Presidência da República.
Nesse particular, a Petrobras tem sido o trunfo de que o PT lança mão para
apresentar-se como defensor dos interesses nacionais e seus adversários como
traidores desses interesses. Como conseguir que esse truque dê resultado?
Mentindo, claro, inventando que o candidato adversário tem por objetivo
privatizar a Petrobras. Por exemplo, Fernando Henrique, candidato em 1994, foi
objeto dessa calúnia, sem que nunca tenha dito nada que justificasse tal
acusação.
Em 2006, quem disputou com Lula foi Geraldo Alckmin e a mesma mentira foi usada
contra ele. Na eleição seguinte, quando a candidata era Dilma Rousseff, essa
farsa se repetiu: ela, se eleita, defenderia a Petrobras, enquanto José Serra,
se ganhasse a eleição, acabaria com a empresa.
É realmente inacreditável. Eles sabem que estão mentindo e, sem qualquer
respeito próprio, repetem a mesma mentira. Mas não só os dirigentes e o
candidato sabem que estão caluniando o adversário, muitos eleitores também o
sabem, mas se deixam enganar. Por isso, tendo a crer que a mentira é uma
qualidade inerente ao lulopetismo.
Quando foi introduzido, pelo governo do PSDB, o remédio genérico --vendido por
menos da metade do preço do mercado-- o PT espalhou a mentira de que aquilo não
era remédio de verdade. E os eleitores petistas acreditaram: preferiram pagar o
triplo pelo mesmo remédio para seguir fielmente a mentira petista.
Pois é, na atual campanha, não apenas a mesma falta de escrúpulo orienta a
propaganda de Dilma, como, por incrível que pareça, conseguem superar a
desfaçatez das campanhas anteriores.
Mas essa exacerbação da mentira tem uma explicação: é que, desta vez, a derrota
do lulopetismo é uma possibilidade tangível.
Faltando pouco para o dia da votação, Marina tem menos rejeição que Dilma e
está empatada com ela no segundo turno --e o segundo turno, ao que tudo indica,
é inevitável.
Assim foi que, quando Aécio parecia ameaçar a vitória da Dilma, era ele quem ia
privatizar a Petrobras e acabar com o Bolsa Família.
Agora, como quem a ameaça é Marina, esta passou a ser acusada da mesma coisa:
quer privatizar a Petrobras, abandonar a exploração do pré-sal e acabar com os
programas assistenciais. Logo Marina, que passou fome na infância.
E não é que o Lula veio para o Rio e aqui montou uma manifestação em defesa da
Petrobras e do pré-sal? Não dá para acreditar: o cara inventa a mentira e
promove uma manifestação contra a mentira que ele mesmo inventou! Mas desta vez
ele exagerou na farsa e a tal manifestação pifou.
Confesso que não sei qual a farsa maior, se essa, do Lula, ou a de Dilma quando
afirmou que, se ela perder a eleição, a corrupção voltará ao governo. Parece
piada, não parece? De mensalão em mensalão os governos petistas tornaram-se
exemplo de corrupção, a tal ponto que altos dirigentes do partido foram parar
na cadeia, condenados por decisão do Supremo Tribunal Federal.
Agora são os escândalos da Petrobras, saqueada por eles e por seus sócios na
falcatrua: a compra da refinaria de Pasadena por valor absurdo, a fortuna
despendida na refinaria de Pernambuco, as propinas divididas entre o PT e os
partidos aliados, conforme a denúncia feita por Paulo Roberto Costa, à Justiça
do Paraná.
Foi o Lula que declarou que não se deve dizer o que pensa, mas o que o eleitor
quer ouvir. Ou seja, o certo é mentir.
CONTRA O BAIXO CRESCIMENTO ECONÔMICO, VOTO AÉCIO
45
O ESTADO DE S.PAULO - 28/09
A presidente Dilma Rousseff assumiu o compromisso de economizar R$ 80,8 bilhões
este ano para pagar juros e amortizar a dívida pública, cujo valor já ascende a
R$ 2,169 trilhões. Até julho, seu governo economizou só R$ 15,2 bilhões e
precisa reter R$ 65,6 bilhões nos próximos cinco meses para cumprir o
compromisso. Parodiando Dilma, "nem que a vaca tussa" será possível
alcançar essa meta, que ela própria definiu por determinação legal. Se a média
mensal até agora ficou em R$ 2,2 bilhões, economizar até dezembro R$ 13,1
bilhões a cada mês, só mesmo com poderes mágicos ou milagrosos que a presidente
não tem (se tivesse, gastaria todos para derrotar adversários nesta eleição).
E aí? O que faz a equipe do demitido ministro da Fazenda para fechar as contas?
Busca desesperadamente paliativos: reduziu em R$ 4 bilhões a verba destinada a
subsidiar a tarifa das distribuidoras de energia; perdoa juros e multa para
estimular empresas a pagarem dívidas tributárias vencidas (o chamado Refis);
cruza os dedos e torce por uma receita gorda no leilão de telefonia móvel com
tecnologia 4G; e planeja sacar R$ 3,5 bilhões do Fundo Soberano, zerando seu
saldo. Além de cortar investimentos aqui e ali, desacelerando programas sociais
como o Minha Casa, Minha Vida. Os gastos cotidianos da gigante máquina pública,
que poderiam ser evitados com uma boa reforma administrativa, foram
preservados, ou melhor, até aumentaram neste ano eleitoral.
Nos quatro anos de Dilma, a lengalenga do superávit primário se repete. Para
impressionar investidores, o governo começa o ano fixando metas fiscais que
(sabe) não vai conseguir entregar e termina o ano tirando do baú remendos e
artifícios mirabolantes e desacreditados para fechar as contas. De tanto
abusar, o truque caiu em descrédito e o descrente investidor privado parou de
investir. Diante do fiasco do resultado de 2013 (mesmo com truques, o superávit
ficou em 1,9% do PIB, abaixo da meta de 2,3%), Dilma convocou sua equipe e
ordenou: em 2014 a
meta fiscal será a possível, e nada de truques para engordá-la.
A meta baixou para 1,9% do PIB, mas não evitou a continuidade da farsa.
Faltando três meses para acabar o ano, mais uma vez o governo busca
desesperadamente uma forma de conseguir dinheiro para fechar as contas. Só que
o arsenal de manobras esgotou, murchou e secou. A ausência da Oi no leilão da
telefonia celular 4G, nesta terça-feira, pode reduzir em R$ 3 bilhões os R$ 8
bilhões que o governo contava arrecadar para reforçar o superávit. Os R$ 3,5
bilhões do Fundo Soberano estão aplicados em ações do Banco do Brasil e a
transferência para ajudar na meta fiscal exigiria uma contorcionista manobra
contábil, já usada nos últimos dias de 2012, sem nenhuma transparência, e que
causou críticas virulentas e enorme estrago à imagem do governo. Se repetida
agora, o tiro pode sair pela culatra.
O Orçamento da União não é elástico. Além de rubricas fixas e permanentes
(Previdência, saúde, educação e outras) que o engessam, a expansão da receita
tributária depende do crescimento da economia, que no governo Dilma foi medíocre.
A saída seria economizar na parcela flexível do Orçamento, mas nestes quatro
anos ocorreu justamente o contrário: os gastos correntes cresceram acima da
inflação. E por quê?
Além da corrupção e do desperdício de dinheiro, há uma causa estrutural na expansão
dos gastos públicos que candidatos preocupados com a população pobre (como
todos se dizem) deveriam atacar com urgência: o tamanho gigante da máquina
pública e seus 39 ministérios, por onde escorrem negócios suspeitos para
favorecer partidos políticos, ineficiência e condenável multiplicação da
burocracia. FHC deixou 24 ministérios, Lula e Dilma criaram mais 15 - caros e
inúteis - simplesmente para abrigar a enorme base aliada sequiosa por manipular
verbas públicas em favor de seus partidos. Governar com 15 ministérios é o
quanto basta para tornar o Estado eficiente, sobrar dinheiro para a área social
e expandir a rede de esgoto e água limpa.
Dilma já disse que vai manter os 39. Só não explicou por quê.
AÉCIO 45
CORREIO BRAZILIENSE - 28/09
O panorama nos estados mais importantes da
República quanto ao PT é desanimador. Também pudera, a Presidência tem poder,
dinheiro, caneta, cargos, nomeações e bolsas à mancheia. Os governadores apenas
governam. O povo disso tem uma rara intuição. Vale mais o poder central. Por
isso, a luta feroz é para dele se apossar. Dilma tem mais de 420 deputados da base
aliada dividindo com ela as oportunidades que a República oferece, mas cada
estado da Federação tem a sua devida importância para as respectivas
comunidades.
Em São Paulo, o maior e mais esclarecido
estado da Federação, Alckmin (PSDB) ficará com 45% dos votos e Padilha, do PT,
não alcançará 15%. No Rio Grande do Sul, reduto do PT comunista de Tasso Genro
(e de sua filha incendiária), a senadora Ana Amélia, da oposição, está a 8% do
atual governador. No Rio de Janeiro, Pezão adiantou-se a Lindbergh Farias
(ex-comunista), que disputa pelo PT e está em 4º lugar, com humílimos 12% de
intenções de voto.
Em Pernambuco, o petebista aliado de Lula
senador Armando Monteiro já foi ultrapassado por Paulo Câmara, do PSB. Na
Bahia, quarto colégio eleitoral, após São Paulo, Minas e Rio, Paulo Souto, do
DEM, mantém firme os 40% a 45% das preferências eleitorais. O petista Rui
Costa, empurrado por Lula e Dilma, poderá chegar, no máximo, a 35% dos votos.
Em tempo: Jaques Wagner é um péssimo governador.
Em Santa Catarina, Colombo se elegerá com o
pé nas costas. Em Goiás, Perillo, do PSDB, ganha. O PT nos Matos Grossos, se
ganhar, é pela simpatia de Delcídio, um petista de ocasião. No Pará, Jatene, do
PSDB, segue na frente do PMDB. No Paraná, Beto Richa, do PSDB, vem se consolidando
(44% a 28%) em cima do segundo colocado, Requião, do PMDB. Gleisi Hoffmann, do
PT, amarga 12% de intenções de voto. Nos pequenos estados, a situação se
repete. O PT vai bem no Piauí e no Acre (pequenos eleitorados pobres e com
líderes fortes, afiliados ao PT). No Ceará, o PMDB de Eunício é vitorioso
contra os Gomes.
Esse descasamento entre a eleição nacional e
as estaduais pode trazer sérias repercussões políticas, ainda não devidamente
avaliadas, especialmente no que diz respeito a três aspectos, como já
prognosticado pelo Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar (Diap).
O primeiro efeito diz respeito à formação das
bancadas federais dos partidos políticos, com os especialistas apontando a
maior dispersão de votos jamais vista no Brasil, o que engendraria modelos
alternativos no maldito presidencialismo de coalizão, raiz da corrupção.
O segundo efeito seria, pela primeira vez, a
formação de blocos de governadores dentro da Federação, como na Alemanha,
exercendo influência nas bancadas parlamentares dos estados. Nem PSDB nem PT
serão dominantes.
Mas as maiores emoções concentram-se em Minas
Gerais, reduto do PSDB de Aécio Cunha, há 12 anos no poder, com um histórico de
boa administração. Justamente em Minas é a primeira vez que um candidato do PT,
embora ameno e amigo de Aécio, pode ganhar. O PSDB, mais uma vez, mostrou o seu
lado racional. Ora, eleições são ganhas com emoção. Verdades devem ser ditas
com indignação e não com sorrisos. Mas que não se veja na critica a indicação
da mentira como arma política. Dizer, por exemplo, que a independência do Banco
Central tira comida da mesa do pobre é má-fé (Dilma).
O terceiro efeito entronca com a urgência de
uma reforma política que limite o número de siglas partidárias, de cargos em
comissão e de ministérios inúteis (limites à corrupção, à ingovernabilidade
política no presidencialismo de coalizão e à ineficácia na gestão).
O segundo colégio eleitoral em mãos petistas
será ruim até para o governador do PT, na hipótese de ser eleito, por ser
estranho ao bando do ABC paulista, corrupto e intransigente. É que os petistas
têm o hábito, quando derrotados em lugares conquistados por outros partidos, de
migrarem em massa para os lugares em que venceram, em busca de empregos. Isso
sem falar na esquisitice de ter no coração do Brasil, pela primeira vez, um
governador do PT, no ocaso de seu período histórico! Há quem diga que a vitória
é do candidato e não do PT.
O povo de Minas Gerais está com o árduo dever
político de impedir, nem tanto o seu candidato, mas o PT, de fincar suas garras
no estado. Não é interessante para os mineiros a ruptura com os que deram certo
e modernizaram o estado, ainda que combatidas pelo poder central.
Nesses 12 anos, o governador Aécio Neves e
Antônio Anastásia, candidato ao Senado com 44% das intenções de votos, muito à
frente do segundo colocado, fizeram bons governos. Minas, certamente, não
faltará ao Brasil. Se faltar, e o direito de escolha é soberano, dará sobrevida
ao petismo, a insistir na luta de classes entre ricos e pobres, uma tática cujo
único objetivo é o usufruto do poder central.
CONTRA OS LADRÕES DO PT, VOTO AÉCIO 45
GAZETA DO POVO - PR 28/09
As falas da presidente Dilma, ao apresentar dados mirabolantes aparentemente
fantásticos, tirados da cartola, sobre a economia brasileira, não se sustentam
a uma mínima arguição, pois a realidade é outra. A estratégia de se manter no
poder a qualquer custo é a da mentira, que repetida pode virar verdade. Como a
realidade é outra, não há um único indicador econômico favorável ao atual
governo. A baixa taxa de emprego não é mais um indicador positivo, pois o
número de vagas vem se reduzindo drasticamente. Para complicar, há um ministro
da Fazenda verbalmente “demitido” pela presidente, apesar de ainda no cargo. Os
indicadores da economia estão todos numa tendência de piora.
O crescimento econômico virou piada de pibinho, pois Dilma já garantiu um lugar
na história: será o governo com menor crescimento nas duas últimas décadas. Não
adianta culpar a economia internacional, pois ela está se recuperando e a
maioria dos países vem crescendo mais que o Brasil. Hoje em dia somos nós que
puxamos para baixo a América Latina.
A inflação há muito anda no limite do teto, pois a meta virou também piada. E
ela só não é maior porque o governo vem segurando o aumento de preços de
produtos administrados, como gasolina, energia, tarifas de ônibus urbanos. Mas,
depois da eleição, comenta-se sobre o tal do tarifaço.
O investimento vai cair 5% neste ano, e sem investimento não há crescimento
sustentado. O investimento privado caiu por dupla razão: desconfiança no futuro
próximo e juros maiores. Já o investimento público não passa de 1% do PIB em
infraestrutura, apesar de o governo ficar com 36,5% do PIB em tributos. A
gastança do governo torra tudo e, assim, pouco sobra para investimentos em
infraestrutura.
O superávit primário enfrenta total descrédito pelos malabarismos contábeis, e
mesmo assim vai minguando. Na época do FMI, tão criticado, o acordo era de
4,25% do PIB, o que a valores de hoje daria um superávit levemente superior a
R$ 200 bilhões, dinheiro que é uma “poupança” para pagar juros. Sem a mágica
contábil, na qual os economistas petistas são doutores, não vamos conseguir nem
R$ 50 bilhões, insuficientes para cobrir juros que deverão chegar ao redor de
R$ 250 bilhões – ou seja, pode-se afirmar que a dívida interna bruta, que já
ultrapassa R$ 2,2 trilhões, deverá aumentar em 2014 em algo ao redor de R$ 200
bilhões, isto é, em torno de R$ 550 milhões por dia, sem contar que somente em
juros são mais de R$ 685 milhões por dia. Estamos falando de mais de R$ 1,2
bilhão por dia em juros e aumento da dívida.
O câmbio, segurado artificialmente para ser mais uma das âncoras contra a
inflação, está matando a nossa indústria, que terá um déficit na balança
comercial de US$ 120 bilhões, ou seja: por incompetência do governo, estamos
gerando empregos, impostos e renda lá fora, importando muito.
Para encerrar, uma observação sobre a tal da contabilidade criativa de Mantega
e seus gênios da economia, na qual o governo se agarra a subterfúgios para
produzir superávits fiscais artificiais e não recorrentes. É maquiagem contábil
pura em itens como antecipação de recebimento de dividendos de estatais, também
avançando sobre os lucros delas para fazer caixa para o governo. Assim, essas
empresas investem ainda menos. Tudo isso (e mais a queda nos superávits
primários) tem tirado a confiança no governo, no Brasil e no exterior. O Brasil
está sem rumo e sem projeto.
CONTRA OS LADRÕES DO PT, VOTO AÉCIO 45
FOLHA DE SP - 28/09
Excessos consumistas na compra de partidos, votos e tempo de TV devem azedar o
clima político
FAZ UM MÊS, 35% dos eleitores diziam ao Datafolha que não votariam de jeito
nenhum em Dilma Rousseff (PT); 15% rejeitavam Marina Silva (PSB). Uma diferença
de 20 pontos, que baixou para apenas 8 pontos na pesquisa divulgada na
sexta-feira.
A gente não sabe se a demolição do prestígio de Marina se deveu, de forma
relevante, à propaganda boca-a-boca nas periferias e nos rincões do país ou
mesmo à difusão de rumores terroristas.
De mais certo, as pesquisas internas dos partidos indicam que a campanha na TV
foi decisiva.
Sim, a conclusão parece de bom senso óbvio, até que pesquisas e estudos virem
do avesso o que pareciam intuições certeiras.
Recorde-se que até pouco antes do início do horário eleitoral havia falação de
como as "redes sociais" seriam importantes na definição do voto nesta
campanha. De novo, as mesmas pesquisas feitas pelos partidos, vários deles,
sugerem que não foi bem assim, ao contrário. Aparentemente, na internet o jogo
empatou. Na TV, teve 7 a
1.
Tudo mais constante, se nada mais mudar no que diz respeito pelo menos a leis
eleitorais e ao bacanal de coalizões, haveria ainda mais incentivo para a
compra de partidos e tempos de TV.
Parece óbvio também. Mas será tão simples assim?
Como todo mundo também sabe, suspeita-se de que o mais recentemente descoberto
escândalo de compra de apoio político com dinheiro público furtado pode
envolver umas quatro ou cinco dúzias de políticos graduados, do Congresso aos
governos de Estado. Vai dar em nada? Hum. Difícil.
A tolerância com essa bandalha tem diminuído, seja entre a população, seja na
Justiça, mesmo com idas e vindas ou indignações seletivas (vide a desconversa
sobre o mensalão tucano, vide o fato de empresas corruptoras saírem na flauta
etc). As leis estão um pouco mais funcionais e funcionantes (ficha suja,
delações premiadas, aperto na lei brasileira sobre empresas corruptas). A
propaganda do governo diz que a Polícia Federal está muito mais ativa; é
propaganda, mas é verdade. Há políticos na cadeia. Houve junho de 2013.
Decerto não há garantia alguma de que essa confluência de fatores resulte em ao
menos uma limpa grande das tantas mãos sujas. Mesmo assim, vai sair barato?
Décadas de bandalha escarninha e o auge do bacanal de coalizões partidárias vão
sair de graça?
Pode sair até caro demais. A eleição deste ano já teve fumaças de salvadores da
pátria, eleitores à procura de políticos "apolíticos",
"outsiders", cansaço ou repulsa aos partidos maiores e melhorzinhos
que tivemos por aqui, ora apodrecidos, de um modo ou outro, PT e PSDB.
O próximo Congresso deve ser o mais fragmentado da história. Haverá mais blocos
de votos à venda, a princípio. O novo presidente pode tentar fazer os negócios
habituais para montar (na grana) a sua coalizão. Mas o risco de haver besteira
aumentou.
Além da impaciência acumulada com a bandalha, metade do país estará muito
insatisfeita com o presidente eleito, seja quem for. Mais um ano de lerdeza
econômica e a expansão mais lenta da despesa social, se alguma, deve causar
mais irritação. "Tenso", como dizem os adolescentes.
CONTRA A BURCA MENTAL, AÉCIO 45
O GLOBO - 28/09
Em 1500, quando Pedro Álvares Cabral chegou à Bahia, deixou dois degredados na
praia. Um deles chamava-se Afonso Ribeiro. Tinha dezoito anos, trabalhara com
um grão-senhor e metera-se num assassinato. Ele viveu anos no meio dos índios
e, não se sabe como, acabou resgatado por outra expedição, regressando à
Europa. Contou sua história a um tabelião, mas até hoje o papel não foi achado.
Por suas artes e pela sorte, a pena de degredo deu em nada e Afonso Ribeiro
pode ser considerado o patrono das pessoas que se safam da lei. Passaram-se 514
anos e a bancada de maganos que está presa na Papuda mostra que essa escrita
começa a ser quebrada.
A ideia segundo a qual “isso não vai dar em nada“ perdeu eficácia. Pode ser que
não dê, mas se der, a cana está lá. Foi essa percepção que levou Paulo Roberto
Costa, um poderoso ex-diretor da Petrobras, a colaborar com o Ministério
Público. Seguiram-no o operador de câmbio da rede financeira de Alberto
Yousseff e, na semana passada, o próprio. Em todos os casos, preferiram trocar
de lado, contando o que sabem, a arriscar décadas de cadeia. (Pelo “efeito
Papuda”, Marcos Valério, o mago do caixa dois do mensalão foi condenado a 40
anos de prisão e José Dirceu, chefe da Casa Civil e “técnico” do time de Lula,
a dez, podendo passar ao regime aberto ainda este ano.)
Paulo Roberto Costa e Yousseff decidiram colaborar, contrariando a opinião de
advogados. O que eles têm a contar ultrapassa de muito o acervo de informações
que Marcos Valério detém. Em suas operações há as digitais de grandes bancos,
empreiteiras e empresas internacionais de comércio exterior. Se o Ministério
Público e juiz federal Sérgio Moro trabalharem direito e em paz, poderão expor
a maior e mais antiga rede de maracutaias nacionais. Coisa tentada sem sucesso
em dezenas de processos e diversas CPIs.
Foi com a colaboração de delinquentes que a Justiça americana quebrou a espinha
dorsal de camarilhas de Wall Street e da Máfia. Um de seus chefões, Tommaso
Buscetta (Don Masino) operava no Brasil e foi preso em 1972. Sua captura foi
apresentada pela ditadura como uma demonstração da eficiência da polícia.
Afinal, ele fora interrogado pelo delegado Sérgio Fleury, o vice-rei da
repressão política. Palhaçada. Extraditado para a Itália, acabou levado para os
Estados Unidos. Lá, ninguém lhe encostou a mão e ele passou a colaborar com a
Justiça, tornando-se o primeiro “capo” a revelar a rede de operações e
influências da Máfia. Ganhou nova identidade, fez uma plástica e morreu em
2000.
A colaboração de Paulo Roberto e Yousseff demanda paciência e tempo, com o
prosseguimento de interrogatórios e acareações. Não haveria Paulo Roberto sem
conluio com grandes empresas nacionais e estrangeiras. Da mesma forma, não
haveria Yousseff sem bancos que operassem suas traficâncias. Em todos os casos,
o melhor que essas empresas têm a fazer é seguir o exemplo da Siemens, que
ajudou a desvendar a rede de propinas na venda de equipamentos para governos
tucanos de São Paulo.
A ideia segundo a qual só há corrupção na política contém um vício. Se a
corrupção fosse só dos políticos, no caso do parlamentares, os doutores iriam a
Brasília na segunda-feira e ficariam até quinta trocando propinas. Se fosse
assim, na sexta a conta ficaria zerada. Falta botar na roda as empresas que
movem o circo, e essa é a trilha que Paulo Roberto Costa e Yousseff podem
mostrar à Viúva.
Os caciques do PSB detonaram o Rio
No final de junho, o Partido Socialista, coligado com o PROS, tinha candidato
ao governo do Rio. Era o deputado Miro Teixeira, indicado por Marina Silva que
à época era um apêndice na chapa de Eduardo Campos. Ele entraria numa disputa
em que os favoritos eram medidos muito mais pela escala dos defeitos do que
pela qualidade de cada um. Pezão, com a herança de Sérgio Cabral; Garotinho,
com sua própria biografia, e Lindbergh Farias com a marca petista. Num lance de
astúcia, o PSB do Rio se articulou para apoiar Lindbergh. Coisa esquisita,
visto que Eduardo Campos fazia campanha contra o comissariado.
Defendendo a candidatura de Miro, Marina Silva chegou a organizar uma viagem ao
Rio, subindo o Morro da Mangueira com ele e Eduardo Campos. Não tiveram a
companhia de um só representante do PSB. Desde então, Miro disputa mais um
mandato de deputado federal. Estava eliminada a possibilidade de o Rio de
Janeiro ter um candidato a governador que nada tivesse a ver com Cabral,
Garotinho ou o comissariado.
Semanas depois caiu em Santos o jatinho em que viajava Eduardo Campos, Marina
tornou-se competitiva, mas sua coligação ficou sem candidato no Rio. Teria sido
uma boa ideia levar aos eleitores um nome com dez mandatos de deputado federal
sem nódoa. Mais: Miro Teixeira foi buscar a reeleição e pode exibir um
levantamento do trabalho da bancada fluminense, na qual é o parlamentar com
maior assiduidade (98% de comparecimento às sessões) e menor despesa com
penduricalhos de gabinete. Enquanto houve quem gastasse R$ 1,2 milhão, ele só
custou R$ 398 mil que pagaram passagens do Rio para Brasília em quatro anos.
Aécio esclarece
Aécio Neves corrige e esclarece:
“Não uso sapatos Ferragamo e não me lembro sequer de ter um dia entrado numa
loja da marca”.
Aécio calça produção nacional.
Gato na tuba
A OAB do Rio de Janeiro se encrencou no processo de indicação de advogados para
o quinto constitucional do Tribunal de Justiça. Entre os candidatos está a
advogada Mariana Fux, de 33 anos, filha do ministro Luiz Fux, do STF, e são
muitos os adversários de sua escolha, por motivos variados. Jogo jogado.
Ela teve suas credenciais aceitas pela comissão competente da Ordem. O passo
seguinte seria sua inclusão (ou exclusão) numa lista sêxtupla. O gato entrou na
tuba quando, para preservar “a lisura do processo”, o julgamento das
credenciais da advogada foi remetido ao Conselho da Seccional. Como seria esse
mesmo conselho quem organizaria a lista, a providência soa redundante (porque o
Conselho pode recusá-la) e casuística (porque só valeria para ela).
No centro da questão está o fato da advogada ser filha do ministro. Se alguém
demonstrar que Fux fez pressão nepotista, ela não pode ser desembargadora, nem
ele ministro. Sem isso, rito é rito.
A nuvem do casuísmo desapareceria se a “lisura do processo” se tornasse
permanente, transferindo-se aos Conselhos os julgamentos das credenciais de
todos advogados indicados pela OAB.
Luiz Hildebrando
Foi-se embora Luiz Hildebrando Pereira da Silva. Por comunista, ralou quinze
anos de exílio. Por cientista e brasileiro voltou ao país e continuou suas
pesquisas buscando a cura da malária, em Rondônia.
Como ele escreveu, despedindo-se: “Au revoir”.
CONTRA A VAGABUNDAGEM SINDICAL, VOTO AÉCIO 45
O ESTADO DE S.PAULO - 28/09
O Brasil que chega às eleições do próximo dia 5 se assemelha ao navio que chega
ao ancoradouro, com instalações precárias, motor quase parando, depois de
realizar uma travessia cheia de borrascas no giro por três grandes oceanos. Os
passageiros, cansados e famintos, querem desembarcar o mais rápido possível
para recuperar as energias e, quem sabe, tentar, mais adiante, embarcar num
desses transatlânticos confortáveis, onde poderão viajar por águas mais calmas,
viver momentos aprazíveis e ancorar em portos seguros. A longa viagem não foi
em vão. Passadas três décadas, o país que se aproxima de um novo pleito
presidencial, com desfecho previsto para 26 de outubro, se mostra disposto a
fechar um ciclo que pode ser registrado com o selo da "mesmice" e
abrir uma era de "efetivas" mudanças.
As aspas no adjetivo objetivam realçar o propósito mudancista clamado pela
imensa maioria da população e indicar que, doravante, promessas de candidatos
nessa direção não ficarão no papel. Pois a sociedade descobriu "o caminho
das pedrinhas" para fazer valer o jogo.
Esse é o primeiro traço do desenho que se faz do gigante que, como se percebe,
deixou de dormir em berço esplêndido. O povo nas ruas sinaliza o encontro do
cidadão com a pertinência que lhe dá o direito de se achar o legítimo dono do
poder. A descoberta não é obra do acaso. Desenvolveu-se ao longo de anos a fio
de convivência social com práticas depravadas na política, promessas nunca
cumpridas por representantes do povo, escândalos em profusão envolvendo
políticos, burocratas e grupos privados e partidos assemelhados em atitudes. O
senso crítico ganhou forma, avolumou-se, espraiando-se por um tecido social mais
orgânico e agora disposto a cobrar a fatura dos governantes. O Brasil
apresenta-se hoje como uma sociedade moderna, organizada em núcleos, setores e
categorias, alterando, portanto, a antiga feição que flagrava multidões sem
direção, contingentes desorganizados, massas amorfas. Explica-se assim a
redistribuição do poder, saindo do centro para as margens, da esfera
institucional em direção aos novos polos de força que se multiplicam no
território. São essas as alavancas das mudanças.
A descrença na política e em seus atores, expandida na esteira de escândalos,
sinaliza a emergência de outros fenômenos, como a fragmentação partidária, o
fim da polarização entre PT e PSDB e a inviabilidade de projetos de hegemonia.
A pulverização partidária chegará ao ápice na próxima legislatura, quando no
Senado, por exemplo, 18 legendas se farão representar (hoje são 16), o maior
número de toda a História. Já na Câmara dos Deputados, pesquisas apontam para a
presença de 28 legendas (hoje são 22) e uma renovação que pode chegar a 50% -
em 2010 foi de 44%. Essa dispersão torna mais difícil a meta de grandes
partidos de se sentarem no trono da hegemonia, tornando-os cada vez mais peças
do jogo de parcerias.
A polarização entre tucanos e petistas, que se desenvolveu ao longo das últimas
duas décadas, indica cansaço. Só em Mato Grosso do Sul e Minas Gerais se vê
ainda um debate entre os nomes dos dois partidos. Como se pode aduzir, esses
fenômenos sugerem maior repartição de poder entre os entes, esforço redobrado
na estratégia de formação de coalizões e, por conseguinte, maior sujeição do
Executivo ao espectro partidário.
Que outros matizes se fixam no mapa do Brasil eleitoral? Seria possível
afirmar, por exemplo, que o País está dividido?
Sob o prisma aritmético, levando em consideração as preferências eleitorais
entre candidatos, a resposta é positiva. Tal divisão aponta, de um lado, para a
substituição e, de outro, para a continuidade do mandatário-mor da Nação. Mas,
como já se disse, a ampla maioria da população concorda com a necessidade de
mudanças na gestão e na política, seja com a candidata à reeleição, Dilma
Rousseff, seja com os opositores Marina Silva (PSB)ou Aécio Neves, tucano. Não
se pode negar, porém, que os ânimos estão acirrados também em função do recorrente
discurso do PT, que teima em separar os habitantes do território em
"nós" e "eles", na defesa do apartheid que azeda relações
de grupos e classes. A situação agrava-se quando o PT, teimando em se dizer
inocente, se torna fonte central de casos de corrupção. Não é por outra razão
que o PT, mesmo que ganhe de novo a cadeira maior do Palácio do Planalto, não
terá a força de outrora. Construiu uma imagem que se esboroou, perdeu coerência
ideológica, abriu querelas internas e perdeu entusiasmo das bases, tornando-se
sigla identificada com desmandos e desvios.
Também o PSDB, mesmo continuando à frente de Estados importantes, como São
Paulo, terá uma fatia menor no bolo do poder, perdendo envergadura. Trata-se
também de partido desgastado, porque não soube canalizar forças em seu papel de
oposição ao governo federal.
O conjunto de fenômenos que marcam a atual quadra política se completa com uma
leve guinada conservadora. Seria exagero defender a hipótese de que o País faz
uma curva forte à direita. Mas é possível divisar tênue marca conservadora a
partir de um PT empacotado na pasteurização, apesar de manter o bolorento
discurso de luta de classes, sempre brandido por Lula. O exemplo e o discurso
do partido dão empuxo a uma onda contrária. Sob outro ângulo, o próprio perfil
da candidata do PSB parece ser um corpo estranho ao hábitat da sigla. Marina,
evangélica, defende posições duras em matérias que ferem postulados da fé
religiosa (ou batem no intocável e sagrado templo ambientalista), ganhando de
críticos o epíteto de fundamentalista, expressão próxima do conservadorismo.
Este é o Brasil sociopolítico que aporta no ancoradouro das eleições. Sem mudar
o casco o velho navio não suportará novo e longo trajeto. O próximo comandante,
seja quem for, terá de levá-lo ao estaleiro para fazer nele uma boa reforma e
garantir aos passageiros uma viagem sem sustos.
CONTRA OS LADRÕES DO PT, VOTO AÉCIO 45
O ESTADO DE S.PAULO - 28/09
Nunca antes na história deste país se viu tanta corrupção no governo. O
mensalão e o mais recente escândalo do desvio de dinheiro da Petrobrás para o
bolso de políticos governistas, exemplos mais luzidios do mar de lama em que o
Brasil oficial chafurda, dão a medida de até que ponto os 12 anos de governos
do PT degradaram a moral pública. Enquanto isso, Dilma Rousseff proclama na ONU
e na propaganda eleitoral os "valores" que transformaram o Brasil num
mundo encantado, enfatizando "o combate sem tréguas à corrupção", mediante
"o fim da impunidade com o fortalecimento das instituições que fiscalizam,
investigam e punem atos de corrupção, lavagem de dinheiro e outros crimes
financeiros".
Punir a corrupção? Recorde-se a tentativa do PT de desclassificar como
"manipulação política" a condenação, pelo STF, dos dirigentes do
partido que urdiram e executaram o até então maior escândalo de corrupção no
governo - a compra de apoio de parlamentares para a formação da "base
aliada". Os maiorais petistas condenados por uma corte integrada em sua
esmagadora maioria por ministros nomeados nos governos de Lula e de Dilma foram
transformados pelo lulopetismo em injustiçados "guerreiros do povo
brasileiro".
Já quanto ao "fortalecimento das instituições que fiscalizam, investigam e
punem", trata-se de mentira ainda mais escandalosa, até por ser uma das
mais insistentemente repetidas no ininterrupto discurso eleitoral do PT no
poder.
Fiscalizar e investigar? Dilma declarou recentemente o que pensa: não é função
da Imprensa investigar o governo, mas apenas divulgar notícias. Em outras
palavras, só deve ser divulgada a notícia que chega pronta na mão do
jornalista, não importa a credibilidade da fonte, pois, se tentar verificar se
a fonte tem credibilidade, o jornalista já estará fazendo o que não pode:
investigando. Depois Dilma tentou se explicar, dizendo que não era bem o que
todo mundo havia entendido, mas já havia deixado clara uma de suas afinidades
com a ditadura cubana e o bolivarianismo chavista.
No âmbito do poder público, investigação é o trabalho, por exemplo, da
Controladoria-Geral da União, da Advocacia-Geral da União e do Ministério
Público (MP). As duas primeiras estão vinculadas ao Poder Executivo. Mas o MP é
constitucionalmente autônomo, ou seja, uma potencial fonte de aborrecimentos
para o Poder Executivo, em particular quando resolve meter o bedelho em
malfeitos dos poderosos de turno. Não é por outra razão que têm sido
recorrentes no Congresso as tentativas de impor limitações constitucionais à
atuação investigativa do Ministério Público.
Dilma tem repetido que em seu governo a Polícia Federal (PF) tem ampla
autonomia para trabalhar. Mais do que isso, que se hoje é aparentemente muito
grande o número de casos de corrupção que chegam ao conhecimento público é
porque os governos petistas ampliaram os quadros, forneceram equipamentos e
garantiram autonomia à PF para cumprir sua missão. Mais uma vez, há confusão.
De acordo com dados oficiais do Ministério do Planejamento, conforme informou o
Estado dias atrás, está havendo uma redução do número de delegados, peritos,
escrivães e agentes da Polícia Federal. Segundo a Federação Nacional dos
Policiais Federais, há hoje cerca de 4 mil cargos vagos, quando o ideal seria
triplicar o número de servidores da PF. O mesmo Ministério do Planejamento
informou, depois, que, no mês passado, foram admitidos nos quadros da Polícia
Federal 541 servidores - ou seja, pouco mais de 10% dos cargos que estariam
vagos.
Investigação e fiscalização são frequentemente sinônimos. No âmbito do poder
público - sem falar do Poder Legislativo, hoje de joelhos diante do Executivo
-, o Tribunal de Contas da União (TCU), órgão auxiliar do Congresso Nacional,
tem a responsabilidade constitucional de exercer a fiscalização contábil,
financeira, orçamentária, operacional e patrimonial da União. Mas durante seus
governos Lula deixou bem claro o que pensa do TCU: só serve para criar
obstáculos à execução dos projetos e programas oficiais.
Em resumo: o PT não gosta de ser fiscalizado e, muito menos, investigado. Qual
a credibilidade de Dilma Rousseff, portanto, para falar em "combate sem
tréguas à corrupção"?
CONTRA OS LADRÕES DO PT, VOTO AÉCIO 45
ZERO HORA - 28/08
Circula na rede um pequeno vídeo de quatro minutos no qual Margaret Thatcher,
em sessão da Câmara dos Comuns, é contestada por um parlamentar do Partido
Trabalhista que acusa seu governo de haver ampliado a distância entre os mais
ricos e os mais pobres. Na resposta que dá, a primeira-ministra faz jus ao ódio
eterno que a esquerda lhe dedica, dizendo que o partido de seu acusador prefere
que os pobres sejam mais pobres contanto que os ricos também empobreçam.
Acertou na “mosca”. Empobrecer a todos é a marca registrada dos governos
comunistas e socialistas mundo afora, ao longo de todo o século 20 e, ainda
hoje, na Ibero-América do Foro de São Paulo.
Quem assiste a debates entre candidatos e à propaganda eleitoral gratuita,
percebe quanto está impregnada em nossa elite política a ideia de um conflito
natural entre pequenos e grandes, quaisquer que sejam os elementos a comparar e
a régua que os meçam. Obviamente, adotado o marxismo como chave de leitura da
realidade social, política e econômica, sendo os pequenos mais numerosos do que
os grandes, é eleitoralmente preferível entrar em guerra contra os segundos.
Mas a ideia toda é uma loucura, um delírio politiqueiro porque existe, na
economia do mundo real, uma interdependência entre os corpos produtivos que a
compõem. Pequenos, médios e grandes precisam uns dos outros e o colapso de
qualquer conjunto afeta funestamente os demais.
Por outro lado, o sucesso dos pequenos pressupõe a determinação de crescer. O
pequeno empreendedor que abdique da expansão de seus negócios está fadado ao
roteiro no sentido inverso. O preconceito marxista da malignidade dos grandes
põe uma pedra no caminho do progresso da sociedade como um todo. Perceber que
esse preconceito está internalizado em parcela significativa da elite política
do Rio Grande, projeta sombras em nosso futuro.
Não admira que o Estado perca posições no contexto da Federação, decaindo,
inclusive, em indicadores que outrora ponteou, como, por exemplo, na Educação.
Também nesta se percebem os efeitos do apagão da inteligência. Criminaliza-se o
mérito! Celebra-se a mediocridade! A “Pedagogia do Oprimido” pode ser um
sucesso de público dentro do magistério, mas é um visível fracasso onde
aplicada. Ela internaliza a opressão e, como um dínamo, converte as energias
que poderiam produzir desenvolvimento individual e social em mera
inconformidade ou, como pretendia seu criador, em revolta e militância
política. É inacreditável: enquanto o povo clama por incentivos a novos
empreendimentos e postos de trabalho, parcela tão importante da elite política
ainda não entrou sequer no século 20.
CONTRA OS LADRÕES DO PT, VOTO AÉCIO 45
GAZETA DO POVO - PR - 28/09
Dilma pede “diálogo” com o Estado Islâmico, mostrando que vive em um mundo de
fantasia
Na terça-feira passada, teria sido melhor que a presidente Dilma Rousseff
soltasse uma daquelas frases sem começo nem meio, nem fim e nem sentido que
marcam alguns de seus discursos e logo viram piada na internet. Mas,
infelizmente, o que o mundo ouviu na entrevista coletiva de Dilma em Nova York,
na véspera da abertura da Assembleia Geral das Nações Unidas, foi uma frase
perfeitamente articulada e nada divertida. Questionada sobre os ataques da
coalizão liderada pelos Estados Unidos contra o Estado Islâmico (EI) no Iraque
e na Síria, Dilma respondeu: “Eu lamento enormemente isso. O Brasil sempre vai
acreditar que a melhor forma é o diálogo”.
Dilma quer “diálogo” com o Estado Islâmico. Esse mesmo Estado Islâmico que age
de forma tão cruel que mesmo outros grupos terroristas, como a Al-Qaeda,
fizeram questão de se distanciar dos seus métodos. O Estado Islâmico que marca
as casas dos cristãos iraquianos, como o nazismo fazia com os judeus, e dá a
eles a “escolha” entre converter-se, pagar um “imposto de infiéis” ou “perecer
pela espada”. O Estado Islâmico que, além dos cristãos, persegue, estupra,
escraviza e mata membros de outras minorias, como os yazidis, e também
muçulmanos xiitas ou que simplesmente sejam “moderados” demais para o gosto do
EI. O Estado Islâmico que filma e divulga na internet as decapitações de
norte-americanos e britânicos, tratando as mortes como um “recado” ao Ocidente
(dias atrás, um grupo argelino degolou um turista francês e alegou ter agido a
mando do EI). O Estado Islâmico que pede a seus seguidores que matem ateus e
cidadãos dos países que integram a coalizão internacional. O Estado Islâmico
que anuncia: “conquistaremos a sua Roma, despedaçaremos as cruzes e faremos
escravas as suas mulheres”. É com essas pessoas que Dilma quer que a comunidade
internacional “dialogue”.
A afirmação de Dilma é um insulto a todos os membros de grupos que vêm sendo
perseguidos desde que o EI começou sua expansão pelo Iraque e pela Síria, e
àqueles que vêm se esforçando em denunciar as atrocidades cometidas pelos
jihadistas. É uma ofensa à inteligência de todos os que conhecem a natureza do
grupo e suas intenções, dentre as quais certamente não está o diálogo. E, o que
é igualmente grave, é um reconhecimento implícito do Estado Islâmico como
interlocutor qualificado, como se estivesse no mesmo nível dos governos
nacionais dos países afetados pelo jihadismo ou dos que se dispuseram a
combatê-lo. Não deixa de ser interessante notar que a presidente que diz que “o
Brasil é contra todas as agressões” não levantou um dedo quando a violência do
Estado Islâmico ganhou dimensão mundial.
É claro que dar esse status qualificado a pessoas que, nas palavras de Barack
Obama, só entendem a linguagem da força não é novidade no governo Dilma. Quando
os vândalos black blocs infernizaram o Brasil, depredando tudo o que viam pela
frente, o secretário-geral da Presidência, Gilberto Carvalho, surgiu com a
mesma conversa de “dialogar” com os mascarados – que, é preciso lembrar, têm nas
costas a morte do cinegrafista Santiago Andrade, da Band, atingido por um rojão
no Rio de Janeiro. Se o governo mostra toda essa consideração com quem espalha
destruição em território nacional, o que não faria com quem semeia a morte a
milhares de quilômetros de distância?
Eis a diplomacia brasileira dos últimos 12 anos: afaga ditaduras como a cubana
e a venezuelana, omite-se em catástrofes humanitárias como a de Darfur, no
Sudão, trata terroristas assassinos com condescendência e quer chamá-los para o
“diálogo”. Não bastasse nossa economia – com criatividades contábeis,
desempenho medíocre e previsões furadas – cair no descrédito internacional,
também nossa diplomacia segue pelo mesmo caminho.
DINHEIRO
FARTO NA CAMPANHA DO PRESIDENTE DE CPIs
Presidente das CPIs da Petrobras no Senado e no Congresso, Vital do Rêgo tem
remotíssimas chance de conquistar o governo da Paraíba: agarrado ao 4º lugar, é
de longe o que tem o pior desempenho nas pesquisas, entre os 18 candidatos do
PMDB a governador no País. Apesar disso, é também de longe um dos que mais
recebem doações em dinheiro: oficialmente, até agora, foram quase R$ 3 milhões.
COMPARAÇÃO
A campanha à reeleição do governador de Sergipe, Jackson Barreto (PMDB), que
lidera as pesquisas, atraiu doações de apenas R$ 282 mil.
FARTURA
Mesmo sem chances, Vital do Rêgo na Paraíba arrecadou quase o triplo da soma de
8 candidatos nanicos a presidente da República.
COSTAS LARGAS
O PMDB também investe em Vital do Rêgo, que recebeu mais recursos do partido
que Iris Rezende (Goiás) e Roberto Requião (Paraná).
SUPLENTE SOLIDÁRIO
Entre os doadores de Vital do Rêgo destaca-se, claro, seu primeiro suplente, o
ex-senador e empresário Raimundo Lira.
CAMPANHA ELEITORAL FAZ A ALEGRIA DA ÁREA JURÍDICA
As campanhas fazem a alegria de advogados que atuam na Justiça Eleitoral que,
como jabuticaba, só existe no Brasil. E tanta alegria se justifica: de acordo
com a segunda parcial da prestação de contas divulgada pelo Tribunal Superior
Eleitoral, as bancas de advocacia já faturaram mais de R$ 4,6 milhões só com os
principais candidatos à Presidência, Dilma (PT), Aécio (PSDB) e Marina (PSB).
OS GASTOS DO PT
Dos R$ 56 milhões gastos por Dilma para se reeleger, mais de R$ 2 milhões foram
utilizados para pagar sua estrutura de advogados.
DESPESA TUCANA
O candidato do PSDB, Aécio Neves, gastou mais de R$ 40 milhões na campanha, mas
reservou até agora, R$ 1,7 milhão para a área jurídica.
PSB GASTA MENOS
Marina (PSB) ainda não prestou contas, mas dos R$ 17 milhões gastos até Eduardo
Campos, os advogados já haviam custado R$ 750 mil.
CONTROLE DA TEVÊ
Um dos planos de Dilma, se reeleita, é impor a regionalização da produção da
televisão aberta, com o objetivo de acabar com a grade nacional. Seria o fim
das telenovelas nacionais, por exemplo. Daí a determinar o que pode ou não ser
divulgado será um passo.
TIRO AO ALVO
Ex-secretário nacional de Justiça no governo Lula, Romeu Tuma Jr diz que
duvidaria da seriedade da delação premiada do ex-diretor Paulo Roberto Costa,
se ele não tivesse mencionado a presidente Dilma.
TÁ FEIA A COISA
O ministro Gilberto Carvalho jogou a toalha. Admitiu em uma roda que restam ao
PT duas esperanças de eleição em governos estaduais: Tião Viana, no Acre, e
Wellington Dias, no Piauí. E olhe lá.
DUPLA DE ANÕES
Na ONU, enquanto o Brasil se envergonhava com o discurso de Dilma criticando os
países que combatem os cruéis terroristas do “Estado Islâmico”, seu aspone
Marco Aurélio Top-Top Garcia a tudo assistia na plateia, sem dar palpites, ao
lado do anão diplomático Antonio Patriota.
TUCANOS, 24
Caso confirme a vitória no primeiro turno em São Paulo, Geraldo Alckmin
garantirá mais quatro anos do PSDB no governo paulista e baterá recorde: os
tucanos vencem o governo do Estado desde 1994.
DEU ERRADO
Na intimidade, Dilma responsabiliza o ex-presidente Lula pelo seu desempenho
baixo em São Paulo. Ela adora seu ex-ministro da Saúde Alexandre Padilha, mas
avalia que não era mesmo o melhor candidato.
VAI ENTENDER
Preso em agosto por porte de drogas, Marcelo Valente, candidato do PSOL a
deputado no DF, divulgou vídeo em defesa da legalização e, vá entender,
criticando a “impunidade” da família Perrella, em Minas.
A DUPLA DO QUINTO
A OAB vai comemorar o Quinto Constitucional em 16 de julho, data da
Constituição de 1934, que fixou 20% das vagas dos tribunais a advogados e
membros do Ministério Público. Não fosse isso, Ricardo Lewandowski não
presidiria o STF, nem Francisco Falcão, o STJ.
PENSANDO BEM...
...problemas na voz só aparecem quando Dilma tem comícios marcados com petistas
que ela detesta, como Tarso Genro (RS).
PODER SEM PUDOR
PROFISSÃO, GENRO
O governador Plácido Castelo perfilou o secretariado no aeroporto, para saudar
o marechal Castello Branco na primeira visita a Fortaleza após o golpe de 64. Castello
se impressionou com o jovem chefe da Casa Civil:
- Tenho 21 anos, presidente - disse-lhe o rapaz.
- Você é muito jovem. E a sua profissão? - interessou-se o marechal.
- Jornalista...
- ...muito jovem, muito jovem... - balbuciou o presidente.
- ...e genro, presidente - finalizou o secretário.
Castelo Branco deu uma sonora gargalhada. Estava diante de Dário Macedo,
jornalista que depois faria carreira de sucesso em Brasília.